Entenda as causas, sintomas, tipos de lesão e tratamentos para essa condição do ombro
A articulação acromioclavicular (AC) é a parte mais exposta do ombro, localizada na extremidade lateral da clavícula. Ela conecta a clavícula ao acrômio (parte da escápula), formando uma ponte entre o membro superior e o tórax. Essa articulação é estabilizada pelos ligamentos acromioclaviculares e pelos ligamentos coracoclaviculares (conoide e trapezoide).
Como ocorre a luxação acromioclavicular?
Essa lesão é comum em esportes de contato, como futebol, rugby, judô e jiu-jitsu. A luxação AC geralmente ocorre por:
- Trauma direto: queda com impacto direto do ombro no solo;
- Trauma indireto: queda com o braço estendido, apoiando a mão no chão.
As luxações mais leves afetam apenas os ligamentos acromioclaviculares, sem gerar deformidade visível. Já os traumas mais intensos podem romper também os ligamentos coracoclaviculares, levando à elevação visível da clavícula.
Quais são os sintomas e como é feito o diagnóstico?
Os principais sinais incluem:
- Dor na parte superior do ombro, especialmente sobre a articulação AC;
- Saliência ou deformidade na extremidade lateral da clavícula (em luxações mais graves).
O diagnóstico é feito por exame clínico e radiografias específicas com o paciente em pé. Recomenda-se radiografar os dois ombros para comparação. O exame de imagem ajuda a classificar o grau da lesão, essencial para definir o tratamento adequado.
Classificação das luxações acromioclaviculares e tratamento
A lesão é dividida em 6 tipos, conforme a gravidade:
- Tipo I e II: lesão leve, sem ou com mínima deformidade; tratamento conservador com tipoia, gelo, analgésicos e anti-inflamatórios.
- Tipo III: ruptura dos ligamentos AC e coracoclaviculares, com deformidade moderada. A maioria dos casos pode ser tratada sem cirurgia, especialmente se a fáscia entre trapézio e deltoide estiver íntegra.
- Tipos IV, V e VI: luxações mais graves, com desvio acentuado da clavícula. Nestes casos, a cirurgia é indicada.
Como é a cirurgia para luxação acromioclavicular?
A técnica cirúrgica depende do tempo desde a lesão:
- Lesões agudas (até 3 semanas): o objetivo é reposicionar a clavícula e fixá-la ao coracoide com fios de alta resistência (amarrias), por via aberta ou artroscópica, para que os ligamentos cicatrizem naturalmente.
- Lesões crônicas (mais de 3-4 semanas): os ligamentos originais não cicatrizam mais. Utiliza-se enxerto do próprio paciente (tendões flexores do joelho) para reconstrução.
- Em casos mais simples, pode-se utilizar a técnica de Weaver-Dunn, transferindo o ligamento coracoacromial.
- Pacientes mais ativos e atletas costumam precisar de reconstruções com enxerto mais resistente.
Pós-operatório: como é a recuperação?
- Uso de tipoia por 6 a 8 semanas, para proteger a cicatrização ligamentar;
- Durante esse período, são permitidos apenas exercícios leves de alongamento;
- Após 8 semanas, inicia-se a fisioterapia para recuperação da amplitude de movimento;
- Com a mobilidade restabelecida, começa o fortalecimento muscular (em geral entre 8 a 10 semanas).
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