Luxação de Ombro

Luxação de Ombro: Causas, sintomas e tratamento

A luxação do ombro ocorre quando a cabeça do úmero (osso do braço) se desloca completamente da cavidade glenoide, na escápula. É uma emergência ortopédica, pois pode danificar cartilagens, ligamentos e ossos da articulação.

Como acontece a luxação de ombro?

As principais causas são:

  • Traumas fortes, como quedas com o braço esticado ou pancadas diretas no ombro;
  • Crises convulsivas;
  • Choques elétricos;
  • Hiperfrouxidão ligamentar (pessoas com articulações naturalmente mais “soltas”).

É comum em jovens entre 15 e 25 anos e ocorre com frequência em esportes como:

  • Skate, jiu-jitsu, judô;
  • Boxe, muay thai;
  • Futebol, rugby e surfe;
  • Musculação e crossfit (em movimentos como supino e snatch com rotação lateral do braço).

O que fazer em caso de suspeita de luxação?

Se notar sinais como:

  • Dor intensa e súbita no ombro;
  • Dificuldade de movimentar o braço;
  • Deformidade aparente;

Siga estes passos:

  1. Não tente colocar o ombro no lugar sozinho.
  2. Apoie o braço com a outra mão e evite movimentos.
  3. Procure atendimento médico com urgência em um pronto-socorro com ortopedia.
  4. Radiografias serão feitas para confirmar a luxação e descartar fraturas.
  5. Um médico ortopedista realizará a redução (manobra para recolocar o ombro no lugar), seguida de imobilização com tipoia e medicamentos para dor e inflamação.

Se estiver em um local sem atendimento imediato, incline o corpo para frente, com o braço relaxado para baixo. Às vezes o ombro volta sozinho — mas nunca permita que alguém tente puxar ou girar o braço, pois isso pode piorar a lesão.

Luxação Recidivante (Instabilidade do Ombro)

Quando o ombro luxa mais de uma vez, chamamos de luxação recidivante, causada por uma instabilidade glenoumeral. Pode ser confundida com hiperlassidão ligamentar, mas são diferentes:

  • Hiperlassidão: articulações mais flexíveis, sem dor ou deslocamentos.
  • Instabilidade: ombro sai do lugar facilmente, com dor e limitação funcional.

Entenda a anatomia do ombro

A articulação glenoumeral é a mais móvel do corpo humano, e por isso, também a mais instável. Sua estabilidade depende de:

  • Lábio glenoidal (labrum);
  • Ligamentos glenoumerais (superior, médio e inferior);
  • Pressão intra-articular negativa;
  • Cápsula articular.

A lesão mais comum após luxação é a lesão de Bankart (desinserção do labrum anteroinferior). Pode haver também:

  • Lesão de Hill-Sachs (impacto na cabeça do úmero);
  • Lesão SLAP (superior do labrum);
  • Fraturas na glenoide;
  • Em pacientes acima de 45 anos: ruptura do manguito rotador.

Diagnóstico: quando procurar um especialista em ombro?

O ortopedista especialista em ombro avalia:

  • Circunstâncias da primeira luxação;
  • Direção e frequência dos deslocamentos;
  • Capacidade do paciente de realocar o ombro sozinho;
  • Exames físicos específicos para instabilidade;
  • Exames de imagem como radiografias e ressonância magnética.

Classificação da instabilidade do ombro

A instabilidade é classificada de acordo com:

  • Direção: anterior, posterior, inferior ou multidirecional;
  • Causa: traumática, atraumática ou em pacientes com frouxidão ligamentar;
  • Frequência: aguda, recidivante ou inveterada (crônica);
  • Voluntariedade: se o paciente consegue luxar o ombro voluntariamente.

A mais comum é a anterior traumática, geralmente após queda com o braço estendido para o lado e corpo projetado à frente.

Posso ter uma nova luxação após a primeira?

Sim. Especialmente em jovens de 15 a 25 anos, o risco de recidiva é alto.

Imobilizar o ombro por 6 semanas não impede novas luxações, pois a lesão do labrum geralmente não cicatriza sozinha. Cada novo episódio pode:

  • Piorar a lesão da cartilagem;
  • Aumentar defeitos ósseos (glenoide e úmero);
  • Afrouxar ainda mais os ligamentos.

Em casos graves, o ombro pode sair do lugar até durante o sono.

Tratamento não cirúrgico funciona?

Funciona em alguns casos, especialmente em:

  • Instabilidade multidirecional sem lesão do labrum;
  • Pacientes com hiperfrouxidão ligamentar, com foco em fisioterapia de estabilização muscular e postural.

Porém, em casos de lesão labral, o tratamento conservador é apenas paliativo — evita movimentos de risco, mas não corrige a instabilidade.

Cirurgia: quando é indicada?

A cirurgia é indicada principalmente em jovens e atletas, especialmente após a primeira luxação traumática com lesão do labrum.

Vantagens de operar logo:

  • Corrige o defeito anatômico inicial (lesão de Bankart);
  • Evita o surgimento de lesões ósseas e degenerativas;
  • Reduz o risco de recidivas.

Cirurgias mais comuns:

1.Videoartroscopia (minimamente invasiva):

  • Reparos labrais (Bankart, SLAP, Hill-Sachs);
  • Capsuloplastia (reconstrução da cápsula);
  • Lesão HAGL, Perthes, ALPSA.

2.Cirurgia aberta (Latarjet):

  • Indicada quando há perda óssea importante (>20%);
  • Enxerto ósseo do processo coracoide é fixado na glenoide;
  • Técnica eficaz, mas mais invasiva.

É possível voltar ao esporte após cirurgia?

Sim. A maioria dos pacientes volta a treinar ou competir após seguir corretamente a reabilitação. Quanto mais precoce a cirurgia (menos episódios), melhor o prognóstico.

Conclusão

A luxação do ombro é uma lesão grave e recorrente, que precisa de diagnóstico e tratamento adequados para evitar complicações. Em casos de instabilidade glenoumeral, quanto antes for avaliado por um especialista em ombro, melhor será a chance de recuperação completa e retorno às atividades.

Se você teve uma luxação de ombro ou sente que seu ombro “sai do lugar”, agende uma consulta com um ortopedista especialista em ombro. O tratamento certo faz toda a diferença para evitar novas lesões e recuperar sua qualidade de vida.

Marque uma Consulta

Pelo telefone: (51) 3517.9556

Agendamento Imediato

Acesse a agenda online e reserve seu horário.